18.2.09

Crise e imigração

Após passar três meses como professora visitante na ETSAB/ UPC (Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona) na Espanha, no período de novembro de 2008 a fevereiro de 2009, pude vivenciar de novo o que é viver no exterior, e voltar, valorizando cada vez mais o nosso país, a nossa gente e a nossa cultura.

Já havendo morado na Espanha durante quatro anos (2002/ 2006) , realizando um doutorado em projetos arquitetônicos na ETSAB/UPC, havia percebido uma certa xenofobia que existe por toda a Europa, e ao meu ver, um certo resquício por parte de alguns, de pensamentos nacionalistas passados (nazismo, fascismo, etc), e que muitos europeus preservam em sua formação ideológica.

A descriminação contra povos do terceiro mundo existe e é muito forte, e é sentida em atos cotidianos de jovens e adultos que se crêem superior e no direito de maltratar verbalmente, e até fisicamente, muitos imigrantes latinos, marroquinos, entre outros.

Faço tal afirmação, pois recentemente testemunhei vários atos xenófobos, presentes em policiais espanhóis, e em cidadãos comuns, que com arrogância e prepotência destratam e descriminam pessoas, e agora, devido às conseqüências da crise mundial e ao alto número de desemprego, aproveitam-se para demonstrar de uma forma ainda mais contundente, os seus preconceitos raciais.

É lastimável a situação: ver pessoas querendo voltar aos seus países, mas devido às impossibilidades econômicas, terem que suportar humilhações em outro país.

Algo deveria ser feito pelos consulados neste momento, pois a situação é calamitosa e dói, presenciar atos desumanos em cidadãos honestos e trabalhadores, que cujo “crime” é ser imigrante. Que seja realizado um diagnóstico e analisem os fatos, e que apóiem financeiramente os cidadãos em seu retorno aos seus paises, pois o que passa com os imigrantes em tempo de crise é simplesmente, desumano, humilhante e desesperador.

8.2.09

Jardim Botânico de Barcelona:Carlos Ferrater



foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona
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Jardim botânico de Barcelona.Praça polivalente


O novo Jardim Botânico de Barcelona, foi projetado por uma equipe interdisciplinar formada pelos arquitetos Carlos Ferrater , Josep Lluís Canosa, a arquiteta paisagista Bet Figueras, o horticultor Artur Bossy, e o biólogo Joan Pedrola.

Possui uma área de 14 hectares e está implantados no parque de Montjuic, muito próximo da Plaza España, existindo duas confortáveis linhas de ônibus (50 e PM) que partem da saída do metrô e nos deixam quase na entrada do Jardim.


foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona.
Jardim botânico de Barcelona.vista da cidade desde o Jardim.

O lugar aonde foi implantado possui uma vista muito bonita da cidade de Barcelona, possibilitando desde os pontos mais altos, que se tenha acesso visual a distintos e belos ângulos da cidade.

A curiosidade em visitar o jardim surgiu do conhecido projeto desenvolvido pelo arquiteto catalão Carlos Ferrater, que muito admiro pela sua qualidade projetual, para o Instituto Botânico de Barcelona, obra citada em vários livros de arquitetura contemporânea mundial.

Este edifício desperta interesse pelos acertados critérios projetuais utilizados na estrutura, cobertura, esquadrias, por sua limpeza plástica, pelo jogo volumétrico entre panos de paredes e de vidros, e também pela sua implantação no jardim, que é um dos pontos mais privilegiados da área.




foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona
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Jardim botânico de Barcelona. Vista do edificio do Instituto Botânico de Barcelona.




foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona

Jardim botânico de Barcelona.Vista do edificio do Instituto Botânico de Barcelona.





foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona

Jardim botânico de Barcelona. Vista do edificio do Instituto Botânico de Barcelona.





foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona

Jardim botânico de Barcelona.
Vista do edificio do Instituto Botânico de Barcelona.


foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona
Jardim botânico de Barcelona.
Vista do edificio do Instituto Botânico de Barcelona.

Para o projeto do Jardim, foram considerados dois aspectos fundamentais:

1) a estruturação da vegetação: agrupadas de acordo com as cinco regiões mediterrâneas do mundo (Austrália, Chile, África do Sul, Califórnia e Cuenca Mediterrânea), e dentro destas zonas, as plantas se agrupam por afinidades ecológicas, ou seja, representam as paisagens naturais.

2) a busca por um projeto no qual a própria montanha indicaria as condições topográficas para criar os espaços destinados às cinco zonas mediterrâneas mundiais, aproveitando ao máximo o relevo natural para desenhar as trilhas e evitar movimentos de terra.

Para saber mais:

http://www.jardibotanic.bcn.es/14_cas.htm





foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona

Jardim botânico de Barcelona.Bloco de acesso





foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona
Jardim botânico de Barcelona.Detalhes portões de acesso





foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona
Jardim botânico de Barcelona.Vistas do Jardim





foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona

Jardim botânico de Barcelona.Caminhos





foto:kaki afonso.fevereiro 2009.Barcelona

Jardim botânico de Barcelona.Praça polivalente


5.2.09

Arquitetura e preservação:Salamanca.Espanha



foto:kaki afonso.salamanca.fevereiro de 2009.
pelas ruas da cidade:surpresas visuais.


Visitar Salamanca, cidade espanhola medieval, é algo sempre muito enriquecedor, tanto para arquitetos, quanto para os amantes da arte e da cultura.

A cidade, que considero como umas mais belas da Espanha, possui um dos mais harmoniosos conjuntos arquitetônicos, devidamente preservado, e que manteve durante séculos muitas de suas caracteristicas arquitetônicas originais.

A arquitetura, de estilos variados, que vão desde o medieval, passando pelo renascimento e barroco, possui um equilibrio visual decorrente da adoção da pedra em cor amerelada, quase bege, que predomina na cidade,mas que em momento algum, chega a parecer monótona.

Ao andar pela cidade, em cada rua, uma agradável surpresa visual,causada pelos planos dos edificios projetados, que se contrapõem formando um rico conjunto arquitetônico.

É um dos mais interessantes exemplos de como se deve preservar uma cidade, que tem vida universitária pulsante, possuindo um dos mais ativos complexos educacionais do país, com vida dinâmica, movida, mas que respeita o seu acervo cultural, preservando constantemente a sua arquietetura.

As novas intervenções urbanas são realizadas fora do centro histórico, promovendo o crescimento urbano, mas respeitando a identidade cultural daquela cidade.




foto:kaki afonso.salamanca.fevereiro de 2009.
vista do conjunto arquitetônico





foto:kaki afonso.salamanca.fevereiro de 2009.
detalhes arquitetônicos: planos e contraplanos





foto:kaki afonso.salamanca.fevereiro de 2009.
harmonia dos materiais construtivos: a cor da cantaria

4.2.09

Arquitetura contemporânea em Madrid:edificio da Caixa Fórum



foto:kaki afonso.fevereiro de 2009.Madrid
detalhe do jardim vertical que se contrapoe ao volume principal




Foi inaugurado em 2008 o edificio da Caixa Forum de Madrid, localizado no Passeio do Prado, área cultural da cidade,
um projeto dos arquitetos Herzog e de Meuron, que realizaram uma intervenção contemporânea em um antigo edificio, liberando o pavimento térreo, criando uma praça que integra as ruas que compõem aquele entorno.

A proposta trabalhou com a criação de vários outros níveis internos, despertando interesse visual o tratamento dado às escadas de acesso principal e secundário, que sem dúvida, são o grande ponto de interesse deste projeto.

Os rasgos das fachadas, durante à noite, são complementados com a iluminação interior, que criam espécies de "quadros" iluminados contrastados com os fechamentos predominantes do volume.

Na entrada do edificio foi criada uma grande parede verde, um jardim vertical, formando um grande pano, que se contrapõe ao volume do edificio, conferindo mais "humanidade" ao conjunto.





foto:kaki afonso.fevereiro de 2009.Madrid
detalhe do jardim vertical que se contrapoe ao volume principal




foto:kaki afonso.fevereiro de 2009.Madrid
detalhe da escada interna




foto:kaki afonso.fevereiro de 2009.Madrid
detalhe da escada de acesso