foto:Kaki Afonso.Maio/2009/Centro "bombardeado".Rua Paissandú.
Os interesses econômicos e políticos falam mais alto: manda(m) o(s) empresário(s), o(s) político(s) que se esquece(m) que a Cidade também pertence à gente que nela vive. O mais absurdo é pensar que este discurso já é tão antigo, há tanto tempo vimos falando disso, esclarecendo que não é por este caminho que se deve tratar a imagem da cidade.
Mas parece, que “eles” não ouvem, não sabem e nem estão interessados com este “blá, blá,blá”!!! Deve parecer utópico para estes “seres alienados” de conceitos de cidadania, de preservação cultural, de valor histórico, de melhoria ambiental.
Enquanto estes “insensíveis” estiverem no poder- e parece que são seres resistentes e possuidores de grande durabilidade (infelizmente)- a cidade de Teresina e seu Centro Histórico vai sendo detonado, bombardeado, descaracterizado, se tornando cada vez mais feio, marginalizado e pobre.
foto:Kaki Afonso.Maio/2009/Estacionamentos x Destruição. Rua Paissandú.
Sim, pois deve ser este o objetivo destas pessoas, criminosas, que destroem o patrimônio cultural urbano e arquitetônico da cidade, sem se importarem com as conseqüências de suas ações no cenário urbano.Só pensam em seus lucros, em vantagens próprias, e “estão se lixando” para o que podem estar causando para uma parcela da opinião pública.
reflexões sobre o estado de abandono no qual se encontra a área, com marginalidade,
violência e destruição.
Em primeiro plano, metade do quarteirão recém demolido e ao fundo, o
Palácio Pelicano. Até quando ele resistirá?
O que ocorreu pela “enésima” vez na Rua Paissandu, antiga zona boêmia de Teresina é uma grande lástima!Destruíram várias casas, expulsando moradores, matando histórias, para construírem mais uma loja de departamentos na área. E aí, eu me pergunto:
1) Será que estas pessoas não sabem e não vêem que o Centro não comporta mais este tipo de uso? Pois o acesso a ele é cada vez mais difícil, não há possibilidade de estacionamentos, nem de se circular ali, com a invasão constante e diária de camelôs?
Camelôs são os "donos",impossibilitando a acessibilidade e prejudicando a preservação
e sustentabilidade da área.
2) O investimento realizado não poderia ter sido feito nas novas avenidas da capital, servidas de transportes públicos, com fácil acessibilidade para os consumidores?
3) Será que eles não sabem, que aquela região compõe o Centro Histórico da Cidade? Pode não possuir prédios monumentais, mas aquele conjunto guarda recordações e parte da história social da cidade?
4) E onde estão os órgãos municipais de proteção do patrimônio e de uso do solo, que permitem tal aberração?
Sinceramente, já estou “cansada” de bater na mesma tecla, durante anos e anos sobre estas questões. E aí, reflito, se devo me calar e me acomodar, achando que não tem mesmo mais solução, ou se devo, insistir em tentar “educar” , conscientizando instituições, agentes, cidadãos do risco que corremos em ignorar tais questões.
Sei, porque não sou ingênua, dos interesses que existem por trás de tais intervenções urbanas. Sei também, que talvez, de nada adiantará reclamar e mostrar a minha indignação, mas mesmo assim, resolvo insistir, com a esperança que um dia, este povo tenha cultura, sensibilidade, memória e consciência de que o que eles fazem,estão prejudicando não apaenas e principlamente a todos os cidadãos teresinenses, mas também a eles.
É como diz o ditado: ”o pior cego é aquele que não quer ver”.
foto:Kaki Afonso.Maio/2009/Um bom exemplo no cenário caótico de que é possível
se preservar e ter lucros.