22.12.08

Gaudi y Barcelona 3


foto:kaki afonso.paseo de grácia.casa la pedrera.gaudi.dez 2008



foto:kaki afonso.paseo de grácia.casa la pedrera.gaudi.dez 2008



foto:kaki afonso.paseo de grácia.casa la pedrera.gaudi.dez 2008



foto:kaki afonso.paseo de grácia.casa la pedrera.gaudi.dez 2008

Abstrações arquitetônicas em Barcelona 2:novas miradas


foto:kaki afonso.Barcelona.dezembro 2008




foto:kaki afonso.Barcelona.dezembro 2008



foto:kaki afonso.Barcelona.dezembro 2008

Tese doutoral completa na rede sobre Arquitetura moderna em Recife nos anos 50

Informo aos colegas pesquisadores,arquitetos e interessados que está publicada na internet,através da biblioteca da ETSAB/UPC(Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona) a minha tese doutoral defendida em novembro de 2006 que trata da consolidação da arquitetura moderna no Recife nos anos 50.O estudo realizado trata

A direção na net é:



http://www.tesisenxarxa.net/TDX-1222108-170758/




A pesquisa teve o apoio da CAPES, através da concessão de bolsa de doutorado pleno no exterior, e da UFPI, através da liberação para a realização do curso na Espanha, no período de quatro anos.


A pesquisa desenvolvida tinha como objetivo, comprovar a existência de uma “Escola de Recife” no cenário nacional, caracterizada pela busca em adaptar o vocabulário moderno à realidade tropical, com aspectos culturais, sociais, econômicos e principalmente, climáticos, muito específicos, que necessitavam ser considerados, para a adoção de uma arquitetura moderna na região nordestina brasileira, esclarecendo sobre o papel desenvolvido pelos arquitetos Mário Russo, Acácio Gil Borsoi, Delfim Amorim e Heitor Maia Neto na formação desta “Escola”, analisando suas contribuições para tal processo, como professores do curso de arquitetura da Escola de Belas Artes de Pernambuco/ EBAP, e como, profissionais liberais, atuando na elaboração e execução de projetos arquitetônicos.A pesquisa analisou as soluções projetuais e construtivas para a melhoria de uma arquitetura sustentável nos trópicos brasileiros, constatando que a arquitetura moderna teve sim, uma preocupação com o “lugar”, diferentemente do que a critica escreveu sobre a mesma, sendo a pesquisa realizada, uma comprovação de tal afirmativa.


Recife foi a primeira capital nordestina a ter um curso de arquitetura criado em 1934, e somente em 1949, contratou um arquiteto italiano, Mario Russo, para lecionar a disciplina de composições arquitetônicas. Em 1951, contrataram o carioca Acácio Gil Borsoi, e em 1952, o português Delfim Amorim e o pernambucano Heitor Maia Neto, que juntos, revolucionaram o ensino e a produção arquitetônica na região, influenciando a toda uma geração de profissionais que naquela “Escola” estudaram.


A originalidade desta pesquisa está no fato de que, pela primeira vez, foi estudado em paralelo, o trabalho destes quatro arquitetos responsáveis pelo processo de consolidação da modernidade nordestina, durante os anos 50, contrapondo seus pensamentos e produções arquitetônicas, identificando os pontos comuns entre elas.


Para o desenvolvimento da investigação, foram levantadas questões que nortearam o decorrer do trabalho, a saber: 1) haviam sido realmente os arquitetos Borsoi e Amorim, citados por reconhecidos autores como Bruand (1978), Segawa(1997), os únicos responsáveis pelo processo de consolidação da arquitetura moderna, ou haveriam, mais outros personagens, ainda não publicados e reconhecidos?; 2) Existiu ou não, uma “Escola de Recife”, que influenciou toda uma região, devido à abrangência do trabalho profissional destes arquitetos em várias capitais nordestinas?


Para contestar a tais indagações, aplicou-se uma metodologia empregada na linha “a forma moderna” do programa de doutorado em projetos arquitetônicos da ETSAB, proposta pelos professores Dr. Helio Piñon e dra.Teresa Rovira, que orienta no sentido de desenvolver um enfoque arquitetônico, no qual o desenho e a fotografia são os meios mais convenientes e precisos para especificar a construção de um edifício e comunicar sua arquitetura.Dessa forma, a pesquisa aprofundou uma investigação arquitetônica e visual, até então, inédita a respeito de 60(sessenta) obras produzidas pelos arquitetos anteriormente citados durante os anos 50 na cidade de Recife.


A metodologia proposta trabalhou com análises dos edifícios através do “redesenho” dos projetos originais, conseguidos em arquivos pessoais e públicos municipais, possibilitando uma melhor compreensão do processo projetual dos mesmos, observando pontos como a implantação do edifício no terreno, o uso da modulação em plantas e em fachadas; o emprego de tramas ordenadoras; a distribuição em planta de blocos funcionais; a atenção à estrutura e suas relações com esquadrias e paredes; as soluções climáticas e tratamento volumétrico, entre outros. A visita às obras ainda existentes e a observação atenta aos detalhes construtivos, através do olhar atento, proporcionou também, um melhor entendimento formal e visual das mesmas.


Somente após haver redesenhado e compreendido o processo projetual destes edifícios analisados, foi possível contrapor o conjunto da produção dos quatro profissionais, buscando soluções projetuais e construtivas adotadas, concluindo sobre a existência ou não, de uma “Escola de Recife” e as contribuições da mesma para o desenvolvimento de uma arquitetura moderna nordestina.

21.12.08

Os problemas de moradia nas cidades.


desenho de Le Corbusier.Principios de Urbanismo.1957.



Relendo recentemente o livro escrito pelo mestre Le Corbusier, “Princípios do urbanismo”, pude refletir um pouco sobre a contemporaneidade daquelas reflexões realizadas nos anos 30, por uma série de importantes arquitetos e urbanistas, que até hoje poderia servir de inspiração para a melhoria das nossas cidades, nas quais os problemas habitacionais continuam sendo um dos principais pontos a serem trabalhados.


Problemas como ruas sem saneamento, sem coleta de lixo, descaso político com o problema da saúde e bem estar da população, faltas de áreas de lazer e recreação, grandes distâncias do local de trabalho (quando estes habitantes possuem trabalho...), continuam cada vez mais agravados.


Em 1933, na cidade de Atenas, na Grécia, foi realizado o 4º. Congresso Internacional de Arquitetura Moderna/CIAM, no qual foram analisadas 33 cidades, sendo realizada em seguida, uma carta/documento sobre um diagnóstico do urbanismo naquela época.


De acordo com a Carta de Atenas, “el nombre Atenas aparecia como um escudo resplandeciente, y la palabra Carta como um mandato para pensar rectamente”(Le Corbusier,1957,p.6), as chaves do urbanismo moderno estavam contidas nas quatro funções fundamentais reconhecidas pelo CIAM: habitar, trabalhar, cultivar o corpo e o espírito, circular.


Na parte dedicada às conclusões da Carta de Atenas, entre os pontos doutrinais apontados, no item referente às chaves do urbanismo, está escrito que (p.119):


“el urbanismo tiene cuatro funciones principales, que son: en primer lugar, garantizar alojamientos sanos a los hombres, es decir, lugares en los cuales el espacio, el aire puro y el sol, esas tres condiciones esenciales de la naturaleza, estén garantizados con largueza;”


E refletindo sobre este direcionamento, que lugares saudáveis à saúde humana, os governos têm se preocupado em desenvolver uma política habitacional, voltada para este aspecto? Espaços, ar puro e sol, como condições essências da natureza, e que possam ser desfrutados livremente, como um direito do cidadão???


Parece até utópico, tal proposição para a existência de um “pobre cidadão” esquecido e marginalizado na sociedade contemporânea, que vive sim, em barracos insalubres, casas de papelão ou outros precários materiais construtivos, às margens de canais, infestados de mosquitos, com mal-cheiros devido a não coleta de lixo,sem banheiros,sem saneamento e esgotamento sanitário, sobrevivendo nas cidades como animais, buscando uma forma de continuar lutando de forma ainda primitiva(que contradição com a sociedade do século XXI,pós-moderna!!!)para conseguir seu alimento e abrigo.


Continuando as doutrinas da Carta de Atenas, coloca Le Corbusier:


“en segundo lugar, organizar los lugares de trabajo, de modo que éste, en vez de ser una penosa servidumbre, recupere su carácter de actividad humana natural; en tercer lugar, prever las instalaciones necesarias para la buena utilización de las horas libres, haciéndolas benéficas y fecundas; en cuarto lugar, establecer la vinculación entre estas diversas organizaciones mediante una red circulatoria que garantice los intercambios respetando las prerrogativas de cada una.”

Sim, que todas estas propostas parecem muito surreais na nossa contemporaneidade. Os pobres sobreviventes de nossas favelas nem trabalho possuem, quanto mais pensar em que eles poderiam estar vivendo próximos aos seus lugares de trabalho!Próximo de seus lugares de trabalho, vivem aqueles que podem pagar para ter tal "luxo"...

E quanto à previsão de lugares para recreação e ócio? Basta observar um conjunto habitacional nas nossas cidades brasileiras e ver como este segmento é tratado. O que os agentes envolvidos têm feito, a não ser passar literalmente o trator, derrubar toda a vegetação existente, construir casas gaiolas, sem ruas com calçamento, sem praças, sem parques, sem infra-estrutura social e comercial nenhuma???

E quanto à questão da circulação, é até cômico falar neste aspecto. Pedestres são desrespeitados, os transportes públicos caóticos, inexistem ciclovias, e as ruas e passeios muitas vezes, nem revestimento adequado possuem.

Não sei, mas às vezes penso, aonde vamos chegar com este nível que cada vez baixa mais e piora em termos de intervenções urbanas e arquitetônicas em nossas cidades. Estes políticos e administradores não estão preocupados de fato com nada disso, para eles tanto faz este caótico quadro, aliás, penso que até lhes parecem favoráveis, pois não deixa de ser uma forma do povo cada vez mais miserável, necessitar seus “ favores”.

Referencia bibliográfica:

Fonte: Le Corbusier. (1989). Principios do Urbanismo(La Carta de Atenas). Barcelona: Editorial Ariel S.A.(tradução e edição da original La Chartre d’Athènes,1957,Fondation Le Corbusier e Éditions de Minuit,Paris).