13.1.08

O emprego e difusão do telhado em asa de borboleta na arquitetura moderna brasileira.

“Lembro-me quando criança, na década de 70, quando vivia em uma casa na praia de Tambaú, na cidade de João Pessoa, de sua fachada marcada por um telhado com formato de asas, que jamais saiu de minha memória, e que somente anos depois, tive a oportunidade de investigar sobre o porquê de sua existência...”


figura 01


figura 02

A solução em utilizar cobertas em duas águas com o deságüe até o centro, simplificando a recolhida da água, repercutindo no valor do espaço interno, começou a ser usado pela primeira vez por Le Corbusier y Pierre Jeanneret, em um projeto não construído para a Casa Errázuriz, Zapallar, no Chile, em 1930.Em 1935, na Ville La Sextant, em La Palmyre-les Mathes, nos arredores de La Rochelle, a casa projetada para finais de semana, empregando materiais vernaculares, também foi projetada com um telhado em duas águas convergindo para o centro.

Posteriormente o telhado em “asa de borboleta” , como é conhecido, foi adotado na arquitetura moderna brasileira, através principalmente das obras de Oscar Niemeyer, nos finais dos anos 30, como a casa M. Passos (1939), alcançando uma maturidade formal no projeto do Yacht Clube de Pampulha,em 1940-42 e na casa Juscelino Kubitescheck, ambas em Pampulha, Belo Horizonte.

Niemeyer no Brasil, empregou bastante a solução que resolvia bem os problemas climáticos criados pela adoção dos princípios modernos em volumes puros, contribuindo desta maneira, para a criação de um certo “modismo” na arquitetura brasileira.

Além de Niemeyer, a difusão das casas americanas projetadas por Marcel Breuer me revistas especializadas, em meados dos anos 40, contribuiu mais ainda para a consolidação do emprego desta solução. As casas Robinson(1946-48), casa exposição projetada nos jardins do MOMA(1948-49), la Foote( 1949-50), entre outras, provinham de modelos de casas binucleraes de 1943-45, que se aplicou pela primeira vez na casa Geller1, terminada em 1946 e que se tornou bastante conhecida devido à grande difusão na imprensa especializada.

Outro arquiteto brasileiro que contribuiu para o emprego do telhado em asa de borboleta foi o carioca Sergio Bernardes, que empregou a solução em vários projetos residenciais, premiados inclusive nas Bienais de arquitetura de São Paulo, como por exemplo, as casas Jadir de Sousa(Rio de Janeiro, 1952).

No Recife, o arquiteto carioca, Acácio Gil Borsoi, muito influenciado pela arquitetura produzida em sua cidade natal, adota a solução em todos os seus projetos residenciais dos anos 50.Outro arquiteto que atuou em Recife, o português Delfim Anorim, também adotou os tetos em asa de borboleta em seus projetos, como por exemplo na Casa Miguel Vita(figuras 01 e 02).



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