De acordo com a Constituição Federal de 1988, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes gerações futuras”.
Dessa forma, o projeto de criação do Jardim Botânico de Teresina tem como objetivos, promover a pesquisa, a conservação, a preservação, a educação ambiental e o lazer compatível com a finalidade de difusão da flora e sua utilização sustentável; proteger espécies raras ou silvestres, ameaçadas de extinção; promover intercâmbio cientifico, técnico e cultural com entidades e órgãos nacionais estrangeiros, estimulando e promovendo a capacitação de recursos humanos, além de desenvolver uma política de educação ambiental: uma área que além de preservar o meio-ambiente, possa proporcionar ao cidadão, opções de lazer, ócio e ao mesmo tempo, inseri-lo no processo de educação ambiental.
A metodologia trabalhada vem a ser a aplicada na disciplina de projetos arquitetônicos, trabalhando inicialmente com o reconhecimento da realidade construída, levantando dados in loco, sobre as condições do entorno, do terreno, da quadra e o bairro, bem como os aspectos históricos e culturais que estão relacionados com aquela região urbana. Posteriormente, foi realizado um estudo
sobre a legislação e uso do solo, e uma avaliação sobre os condicionantes naturais: dados climatológicos, topografia, vegetação e tipo de solo.
Após o diagnóstico realizado na primeira etapa do projeto, foi elaborado um programa de necessidades, no qual ouviu-se os agentes diretamente envolvidos com o futuro Jardim Botânico.
O programa de necessidades do Jardim Botânico de Teresina proposto abarca um setor administrativo; núcleos de educação ambiental, composto por oficinas de arte educação e ambiente, bibliotecas, auditório e museu de ciências naturais; núcleo de pesquisa ambiental, composto por laboratórios para estudo da fauna e flora, herbários, biblioteca setorial; jardim dos sentidos com infra-estrutura para apoiar a visitação de deficientes físicos como opção de lazer e tratamentos para sensibilização de odores, sons, toques; uma praça de alimentação para apoiar as visitações dos estudantes à área, com refeitórios, baterias sanitárias e cozinha de apoio; além de um tratamento paisagístico adequado para as trilhas, trabalhando com a limpeza das vias, sinalização e mobiliário urbano (lixeiras, bancos, postes e iluminação) das mesmas, além de beneficiar também o acesso a deficientes físicos para que possam usufruir da área.
A intervenção arquitetônica nos edifícios projetados trabalhou baseada nos princípios de sustentabilidade ambiental, dado ênfase desde o inicio à correta implantação dos novos edifícios, privilegiando a escolha de áreas, que minimizassem os problemas de extensão da infra-estrutura, também, levando-se em consideração a recuperação de áreas degradadas no parque, que necessitam de imediatas intervenções, após análises realizadas pelo diagnóstico.
Sem dúvida, no caso da cidade de Teresina, possuidora de uma latitude de 5º sul, a orientação solar é o elemento mais importante para o desempenho energético dos edifícios projetados. Por isso, a atenção dada à correta orientação dos edifícios foi fundamental no partido arquitetônico adotado, a fim de solucionar o problema climático teresinense, que chega a temperaturas dos 40º , com a inexistência de uma ventilação constante, uma vez que a capital piauiense está implantada a 350km do litoral, possuindo características geográficas que favorecem o aquecimento.
A questão das aberturas dos edifícios e seus devidos fechamentos também foi outro ponto importante considerado no projeto, observando-se a compatibilidade destes com a orientação dos mesmos. Complementando-se tais recursos, com a utilização correta de especificações de materiais, estudando-se não somente a energia acumulada durante o uso, mas também aquela eventualmente absorvida em sua produção, evitando a utilização de materiais inadequados para a realidade sócio-cultural e econômica local.
Figura 01: Proposta desenvolvida por equipe de alunos utilizando soluções racionais e bioclimáticas em plantas e volumetrias dos edifícios.(3D:Valério Araújo)
Figura 02: Nas propostas do grupo foram trabalhados recursos que buscam a sustentabilidade dos edifícios, com atenção especial à melhoria climática.(3D:Valério Araújo)
RESULTADOS PARCIAIS
Após a realização das etapas do projeto, compostas por diagnóstico da área, estudos preliminares, anteprojeto e elaboração de propostas para o projeto básico, o próximo passo a ser dado será a apresentação do mesmo às autoridades municipais, estaduais e federais envolvidas com a gestão do meio-ambiente em Teresina, a fim de que algo seja feito no sentido de retirar do abandono no qual se encontra, a área verde de 32 hectares localizada no bairro do Mocambinho.As propostas desenvolvidas pelo grupo de pesquisa alcançaram um excelente grau projetual que merecem ser consideradas pelas autoridades públicas e serem aproveitadas em prol da melhoria da qualidade de vida da comunidade teresinense, que urge por qualificação urbana ambiental.
AGRADECIMENTOS
Ao IBAMA/ Piauí; a Secretaria Municipal de Planejamento; e aos alunos do grupo de pesquisa em projetos arquitetônicos da UFPI, que colaboraram no desenvolvimento da pesquisa e das propostas: Ana Rosa Negreiros, Valério Araújo, entre outros.
BIBLIOGRAFIA
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Um comentário:
Boa Noite Alcilia,
Sou Patricia Wheeler, graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro. Estou desenvolvendo o meu projeto de TCC no campo da arquitetura sustentável e ao longo de minhas pesquisas me deparei com este post. Achei muito interessante e fiquei curiosa para saber se, após 3 anos, esse projeto foi finalmente colocado em prática.
Parabéns pelo trabalho,
Patricia W.
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