21.3.10

A Praça deu Bandeira

Pobre praça da Bandeira! De maior sítio histórico da cidade de Teresina, chamada anteriormente de Vila Nova do Poti, foi " escondida" e "apagada" pelo grandioso Shopping dos Camelôs e terminal do metrô na área central da cidade.
A qualidade projetual da nova obra é indiscutível, mas o local eleito para a locação da edificação, não podia haver optado por uma escolha tão infeliz.
Como lidar com o conflito existente entre a paisagem do ambiente construído de um centro histórico e os novos programas arquitetônicos da cidade contemporânea? Uma praça / parque que deu origem à formação urbana teresinense, e que possui em seu entorno, os edifícios mais simbólicos da cultura local, entre eles, a velha Matriz do Amparo, o Museu do Estado, o antigo edifício neoclássico que abriga atualmente a sede da Prefeitura, o antigo Palácio da Justiça, convivendo na contemporaneidade com uma grandiosa e imponente obra pós-moderna, com estrutura em concreto e aço, que ocupou quase um terço da área da histórica praça, para abrigar o Shopping dos Camelôs e o terminal metroviário.
O local é o principal centro vivo da dinâmica urbana da cidade, por onde passam pessoas, ônibus, decisões políticas, negócios e principalmente, onde ocorrem as manifestações culturais locais, como a Feira do Troca-Troca, a Feira livre do Mercado, o encontro de violeiros.
Que resultados tal projeto trouxe para o espaço urbano local? Será que valeu a pena, em termos sociais e urbanísticos, um prejuízo que pode ser classificado como imensurável para a memória coletiva teresinense? Como lidar com a imposição política de interesses econômicos que sobrepõem a vontade popular e a preservação cultural do acervo urbanístico e arquitetônico de nossa cidade?

2 comentários:

Anônimo disse...

Kaki, na cidade que nasceu sob a égide da modernidade grande parte da população pouco se importa com o passado, com a memória da cidade... para mim é uma questão cultural.. e este não é o primeiro, nem será o último, caso do moderno chocando com o passado...

Unknown disse...

É: tenho consciência que todo este debate é cultural. Falta nos cidadãos teresinenses, de uma forma em geral, um sentimento em presevar a memória coletiva da cidade.
Lastimável, mas real.